Neste nosso primeiro dia inteiro na Ilha de Páscoa, depois de ter tentando dormir no hotel que estávamos (tive que colocar uma coberta na porta da varanda que não a cobriu por inteiro...), foi dia de conhecer a ilha com os dois passeios de meio dia contratados com a agência IChile.
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Ahu Akivi, Ilha de Páscoa |
Neste dia fizemos
dois tours de meio dia com a
Maururu Travel (via IChile): o Orongo (manhã) e o Akivi (tarde). E contratamos diretamente o
Rapa Nui Stargazing para podermos apreciar o céu à noite. Lembrando que é necessário ter comprado previamente o ingresso para o
Parque Nacional Rapa Nui.
Durante os trajetos os guias vão passando informações sobre a ilha. Uma delas que mais me impactou foi a de saber que todas as estátuas foram derrubadas durante as guerras entre os clãs e se hoje elas estão de pé é porque foram restauradas. Andando pela Ilha é possível ver moais derrubados das plataformas (ahu). E lembre-se, não é permitido subir no ahu ou tocar no moai porque além de serem protegidos, perto deles (ou abaixo deles) existem ossadas dos ancestrais.
Às 9h da manhã, o pessoal da Maururu nos pegou em nosso hotel e fomos para o Orongo. Orongo é uma vila ceremonial que fica no sudoeste da Ilha, nas margens da cratera do vulcão Rano Kau e por lá eram realizados os rituais de corrida do ovo e o culto ao homem-pássaro. Ali ficavam os "guerreiros" de cada clã e seus treinadores para o evento, que consistia em pular as margens do vulcão e nadar até a Ilha de Motu Nui (e não, não vi a Moana por lá rs), onde eles pegavam os ovos da Andorinhas do mar que usa a ilha para reprodução e eles tinham que chegar com esse ovo intacto na vila, escalando os paredões. Para isso, alguns inclusive cortavam o tendão de aquiles para ter mais mobilidade. Quem chegasse primeiro era o grande vencedor e considerado o Tangata manu (homem-pássaro) e ele (ou o líder do clã) governava a Ilha por um ano. Apenas homens participavam do evento.
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Centro de visitantes de Orongo. |
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A vila de Orongo |
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Cada abrigo era pra um clã. |
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Ilha de Motu Nui, Ilha de Páscoa |
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Petróglifo do homem-passaro em Orongo |
Os abrigos tinham entrada minúscula como defesa, pois se alguém tentasse invadir, era possível acerta-lhe a cabeça tão logo ela despontasse no interior do abrigo.
Caminhando pela trilha chegamos até a cratera de Rano Kau. Linda demais e com uma biodiversidade única, que não foi e não será estudada porque assim a população local decidiu, pois é o local onde a vegetação original ainda existe, uma vez que ela foi dizimada pela ação do homem e ela abriga um micro clima único que protege as plantas ali da salinidade do mar e dos ventos da ilha. O vulcão está extinto e possui 324m de altura e é formado por fluxos de basalto (a mesma pedra que usam nas partes pretas do calçadão de Copacabana) há mais de 150 mil anos atrás. Na parte norte do vulcão é onde está o Aeroporto da Ilha de Páscoa. Andando pela trilha é possível ver também obsidiana (vidro vulcânico) e pedra-pomes.
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Mirador Rano Kau |
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Rano Kau, Ilha de Páscoa |
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Rano Kau, Ilha de Páscoa |
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Hanga Roa, vista de Rano Kau. |
Dali seguimos de van para o Ahu Vinapu, que é um centro ceremonial que inclui um dos maiores ahu da Ilha. Um ahu é uma plataforma cerimonial onde os ancestrais eram adorados, construídos com pedras encaixadas e são a base de muitos moais. Geralmente o ahu está alinhado paralelamente à costa ou em relação às orientações astronômicas. O grande destaque de Vinapu são as grandes pedras basálticas esculpidas e encaixadas perfeitamente, o que leva a pesquisadores a acreditarem que há influência Inca na Ilha (estimam que o Túpac Yupanqui esteve na ilha durante sua expedição ao Pacífico em 1465).
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Entrada para o ahu Vinapu, onde você deve mostrar a entrada do parque rapa nui. |
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Blocos geométricos em ahu vinapu. |
Andando um pouco mais é possível conhecer o único moai feminino, pois tem uma figura da genital feminina esculpida na estátua.
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Moai feminino. |
Depois deste passeio, fomos deixados no centro de Hanga Roa para almoçarmos por volta do meio-dia. Escolhemos o restaurante La Kaleta para comer apreciando a imensidão do Pacífico e a comida estava muito boa.
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La Kaleta restaurante. Estava muito bom. |
E para a sobremesa escolhemos ir ao Kona Ere para comer uma torta e tomar um chá. Muito bom também. Uma pena ter fechado.
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Kona Ere, onde comemos nossa sobremesa. |
Então pegamos a van no ponto marcado às 14h e fomos para o Ahu Akivi, onde ficam sete moai, todos de formatos e tamanhos parecidos, e que está no interior da ilha e não na linha de costa, como a maioria. Estas estátuas estão voltadas para o pôr-do-sol durante o equinócio da primavera e ficam de costas para o nascer do sol durante o equinócio do outono. Atrás da plataforma havia uma área de cremação.
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Ahu Akivi. |
Seguimos entao para Puna a Pau, uma pequena cratera de onde a escória vermelha que os Rapa Nui usavam para esculpir o pukao (acessório na cabaça do moai), que não se sabe se representa um chapéu ou o cabelo da estátua.
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Entrada de Puna a Pau. |
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Pukao ainda no local onde eram feitos. |
Partimos para conhecer o Ahu Huri A Urenga, o único moai que tem quatro mãos e sua face olha para o nascer do sol do solstício de inverno e para o ponto nascente das Plêiades (matariki em rapanui).
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Ahu Huri a Urenga, ele "olha" para o nascer do sol do solstício de inverno. |
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Ahu Huri a Urenga, Ilha de Páscoa |
Findando o segundo tour, fomos deixados no hotel por volta das 17h. Descansamos um pouco e fomos caminhando para o centrinho para lancharmos e fazermos o Rapa Nui Stargazing. O guia primeiro dá uma pequena palestra de como os ancestrais se guiavam pelas estrelas e conta como os polinésios chegaram à ilha. Então seguimos para pontos da Ilha, longe da cidade e de hotéis para que possamos apreciar as estrelas. Fomos à dois pontos, um no caminho para a praia de Ovahe e outro mais próximo a praia de Anakena, onde está o Ahu Nau Nau. Uma pena ter muitas nuvens no céu neste dia, mas o pouco que deu pra ver foi impressionante. Super recomendo!
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Um pouco da aula sobre a importância da astronomia para os Rapa Nui. |
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Céu super estrelado atrás do Ahu Nau Nau. |
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Via Láctea no raro momento que o céu abriu. |
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Brincando um pouco. |
Às 22h já estávamos de volta ao hotel e prontas para descansar para o dia seguinte.
Para ver nosso roteiro completo entre Santiago e a Ilha de Páscoa, veja o post com o
roteiro de 9 dias.
Se quiser ver as fotos de Santiago, deixo aqui o álbum das fotos que tirei no meu
flickr. Para vê-las, basta usar as setas para ir passando as fotos.
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