Depois de termos dois dias pela Ilha de Páscoa com tours guiados pelos principais pontos turísticos locais, optamos em alugar um carro para podermos explorar a Ilha com mais liberdade e revisitar alguns pontos. É importante lembrar que a entrada do Parque Nacional Rapa Nui na época permitia acesso sem guia e limitava a uma entrada apenas para o Rano Raraku e para o Orongo, os demais pontos poderíamos voltar quantas vezes quiséssemos. Atualmente é obrigatório ter um guia para acompanhar sua visitação e permanece a entrada apenas uma vez naqueles dois pontos. No decorrer do post vou colocar as coordenadas do google maps nos pontos que visitamos, para facilitar para sua visita, caso você queira conhecer os mesmos pontos que visitamos neste dia.
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Alugamos um carro e partimos pra estrada na Ilha de Páscoa |
Lembrando que esta foi uma viagem pré-pandemia e talvez por isso as regras de ter guia tenham sido alteradas. Mas muitos lugares que visitamos neste dia e listei aqui não tem (ou não tinham) a necessidade do ingresso para o Parque Nacional, e consequentemente, não necessitariam, em tese, da presença do guia. E ainda, alugar carro pode ser uma boa ou não, vai depender da quantidade de dias que você terá na Ilha. Como tínhamos 3 dias inteiros livres e já tínhamos usados os 3 tours contratados, para nossa viagem, alugar o carro foi uma ótima decisão, pois já conhecíamos os pontos principais e nos dedicamos a conhecer os pontos que os tours não param. Ou mesmo se você quiser andar em trilhas que os tours não levam, como as disponibilizadas no All Trails ou no Wikiloc.
Nós pedimos referência de onde alugar carro para o hotel que estávamos e eles nos indicaram um conhecido que tinha uns carros lá. Optamos em pegar o mais barato, que era um Kia Picanto. Mas que ao dirigir, a suspensão estava tão ruim, que a gente raspava o fundo do carro fora que ele era minúsculo e pra mim estava desconfortável. Voltamos para o local e trocamos para um Kia Sportage, que assim, não estava o melhor dos carros, com pneu BEM meia-boca e vários buracos de corrosão pela maresia. Mas a mecânica estava boa, então ficamos com ele mesmo. Temos que ressaltar que tudo na Ilha depende de navio ou avião, então imagino que fazer manutenção de carro não deva ser algo barato por lá...
A primeira coisa que fizemos depois de devidamente motorizadas foi passar no centro de informações turístias e carimbar nossos passaportes com o carimbo da Ilha.
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Passaporte devidamente carimbado com o carimbo da Ilha de Páscoa. |
Então metemos o pé na estrada. A ilha não tem segredo. A grande maioria das estrada são pavimentadas e um ou outro caminho que é de estrada de chão. Todos os lugares tinha onde deixar o carro para que se pudesse visitar o ponto. Assim, optamos em ir pelo centro e irmos em direção ao ahu Vaipu, mas parando em locais que nos chamasse mais a atenção.
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Estrada em direção a parte lesta da Ilha, onde fica o Vulcão Poike, em destaque na direita da foto. |
Assim chegamos ao ahu Hanga Poukura, um ahu pouco explorado, que fica entre o ahu Vinapu e o ahu Vaihu, próxima ao cemitério da Ilha. Ali encontramos uma plataforma enorme, paralela a costa, com moais tombados e vários pukao derrubados no chão (pra entender o que é ahu e pukao visite os posts anteriores que lá explico melhor). Pelo chão existem moais deitados com a face enterrada e cercados para evitar que sejam pisoteados.
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Ahu Hanga Poukura, Ilha de Páscoa. |
Voltamos para a estrada junto com as vaquinhas locais fomos até o Centro de Interpretação do ahu Vaihu onde eles restauraram as antigas moradias dos ancestrais, onde você pode entrar nas casas e ver até mesmo como eles criavam as galinhas livres dos predadores. É um link perfeito de conhecer depois de ter ido ao ahu Akahanga.
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A vila ancestral no Centro de Interpretação do ahu Vaihu. |
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Casa Rapanui, Ilha de Páscoa. |
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Esse monte de pedra esconde o galinheiro da vila, a noite eles tapam o buraco guardando os animais, protegendo-os de predadores e de ladrões que não sabiam qual dessas pedras esconderia a entrada. |
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As plantações eram feitas dessa maneira, para proteger dos ventos. |
Ali perto também tem ahu Vaihu propriamente dito com oito moais derrubados com seus pukaos ali perto. Perto deste ahu existe um círculo cerimonial chamado paina. Este local nos dá a ideia de como ficou a Ilha durante o período huri moai, ou "demolição do moai", que acontecem no século XVIII com a guerra entre os clãs. Ali ainda existem outros achados arqueológicos.
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Círculo cerimonial - paina. |
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Ahu Vaihu, perceba que os moais estão todos derrubados por causa do huri muai. |
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Moai derrubado e deitado de face para o solo. |
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Voltado para o mar é possível observar as cavernas formadas pelos dutos vulcânicos da Ilha. |
Mais adiante, encontramos o ahu One Makihi, outra plataforma com moais derrubados, que fica perto da entrada para o Rano Raraku. Mas a manada de cavalos que havia ali nos distraiu e nem fomos ver o ahu mais de perto e ficamos apreciando os belos animais.
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Ahu One Makihi, Ilha de Páscoa |
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Cavalos andam soltos pela Ilha. |
Fomos até o Rano Raraku para lanchar na lanchonete que há ali, já que não poderíamos visitar novamente o local porque já tínhhamos ido no dia anterior.
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Entrada para o Rano Raraku. |
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Lanchonete em Rano Raraku |
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Lado oeste do vulcão Rano Raraku. Perceba os vários moais espalhados perto dos caminhos e o tamanho do pessoal visitando o local. |
Passamos direto pelo ahu Tongariki, mas tiramos algumas fotos pela estrada mesmo, rumo norte para a costa norte da ilha e às vezes parávamos para apreciar a vista e tirar umas fotos.
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Ahu Tongariki. Perceba a distância do moai deitado e pense na força da tsunami de 1960 e foca no tamanho das pessoas perto da grandiosidade das estátuas. (Pra saber o que houve, veja o post anterior aqui). |
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Ahu Tongariki, Ilha de Páscoa. |
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Ahu Tongariki, Ilha de Páscoa. Perceba a grandiosidade das estátuas com o tamanho dos visitantes. |
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Parando para fotos do vulcão Poike. |
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Costa norte da Ilha de Páscoa. Zero filtros. O azul é magnífico!! |
Até que encontramos o Pu O Hiro (Mae'a Puhi), "trompeta de Hiro", uma pedra gravada considerada nos tempos passados como um talismã para pesca. A tradição oral conta que quando se soprava um de seus orifícios o som produzido atraía os peixes para a costa. Também foi um troféu de guerra e era levada de um lugar para o outro em diversos momentos. Preste atenção no local na estrada porque ele não tem tanto destaque assim caso você queira conhecê-lo.
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Local onde está o Pu o Hiro. |
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É dito que o som que sai atrai os peixes para a Costa. |
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Em destaque para os petróglifos de peixes no Pu o Hiro. |
Mais adiante chegamos nos Petróglifos Papa Vaka, um afloramento de lava vulcânica onde os antigos esculpiram figuras diversas. Observe com atenção que você conseguira identificar várias figuras, como peixes, canoas, anzóis, etc.
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O sítio arqueológico Papa Vaka |
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São campos de lavas com petróglifos. |
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É possível identificar várias figuras conhecidas. |
Finalmente chegamos na Praia de Anakena, e dessa vez eu estava de biquini e pude (tentar) entrar nas águas do Oceano Pacífico, só não contava que fosse tão fria! rs
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Um pouco da Praia de Anakena. |
Depois da praia fomos até Ana Te Pahu, uma caverna por onde a lava vulcânica passava até atingir o mar. No google maps ela está localizada errada, clicando acima coloquei no lugar certo. É um pequeno salão (o teto desabou) onde há várias árvores, bananeira inclusive, e onde pode-se entrar na caverna, só tenha cuidado que algumas partes estão alagadiças.
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Caminho para a caverna Ana Te Pahu. |
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Entrada para a caverna |
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O teto desabado abriga vegetação pois cria condições mais favoráveis. |
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Pros geólogos de plantão: estruturas pahoehoe nas paredes da caverma. |
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A caverna é formada por dutos vulcânicos da Ilha. |
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Ana Te Pahu, Ilha de Páscoa |
Dali decidimos voltar para apreciar o pôr-do-sol nos complexo cerimonial Tahai que tem perto do centro de Hanga Roa, que foi restaurado em 1972. Existem três plataformas com moai. O ahu Ko Te Riku é o único moai restaurado com seus elementos originais, sendo o único exposto na Ilha que possui dois olhos feitos com coral branco, obsidiana e o pukao em rocha vulcânica vermelha; o ahu Tahai é um moai solitário, mas um dos mais importantes por ser o mais antigo da ilha e seu nome significa "onde o sol se esconde"; e o ahu Vai Ure, que é um dos mais conhecidos, com cinco moais ao longo da costa oeste da ilha, e seu nome significa "água escura". Os dois arqueólogos que ajudaram com a restauração deste complexo estão enterrados ali. O local gramado fica lotado de turista para apreciar o pôr-do-sol. A dica que posso te dar é a de levar a sua canga, um lanchinho e um tripé para gravar um belo timelapse desse momento.
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A caminho do Tahai há uma "reconstrução" de um moai, esculpido e com as pinturas, o pukao no lugar e os olhos colocados (eles só eram colocados depois de uma determinada cerimônia - promessa cumprida, sepultamento de um ente querido, ...) |
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Os olhos dos moais eram feitos de coral e obsidiana (vidro vulcânico). |
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Ahu Ko Te Kiru, Ilha de Páscoa |
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Complexo Tahai com os três ahus. É o ponto para assistir o pôr-do-sol na Ilha. |
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Ahu Tahai a esquerda e ahu Ko Te Riku a direita. |
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Ahu Vai Ure, com os cinco moais. |
O pôr-do-sol:
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Timelapse do pôr-do-sol atrás do ahu Vai Ure, no complexo Tahai. |
Para o final do dia decidimos jantar por ali mesmo (não me pergunte mais o restaurante, porque esqueci de tirar foto da fachada e do cardápio e já faz 4 anos que fomos então a memória foi-se - talvez por isso fiz questão de escrever tudo aqui, antes que a memória apagasse por completo essa viagem fantástica!!).
E logo voltamos para o hotel depois desse dia maravilhoso porque o dia seguinte seria o de madrugar para reencontrar o sol do outro lado da Ilha.
Para ver nosso roteiro completo entre Santiago e a Ilha de Páscoa, veja o post com o
roteiro de 9 dias.
Se quiser ver as fotos de Santiago, deixo aqui o álbum das fotos que tirei no meu
flickr. Para vê-las, basta usar as setas para ir passando as fotos.
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