Itália - dia 13 - Roma - Porta Santa da Basílica di San Giovanni in Luterano, Termas de Caracala e Trastevere.

Nosso primeiro dia em Roma reservamos para fazer novos locais que eu não tinha visto e que fossem mais distantes do "centro" de Roma, e assim visitamos a Basílica de São João de Latrão, as Termas de Caracala e Trastevere, e neste post vou contar como foi nosso dia.


Basílica di San Giovanni in Luterano
Fachada da Basílica di San Giovanni in Luterano

Nós tomamos nosso café da manhã no hotel cedo (por volta das 8h30) e optamos em pegar metrô para chegar na Basílica di San Giovanni in Luterano. Como ficaríamos uma semana em Roma, compramos o tíquete de transporte de uma semana (€24/pessoa) no próprio metrô usando uma das máquinas, mas é possível pagar o transporte público usando cartão contactless. De metrô na estação Termini, basta pegar a linha A para chegar na estação San Giovanni e chegar na Arquibasílica.


Máquina de compra do bilhete ATAC em Roma
Máquina de compra do bilhete ATAC em Roma

Muralhas de Roma
Muralhas de Roma perto da Basílica.

Situada no Monte Célio, a Basílica di San Giovanni in Luterano é a catedral de Roma, sendo a igreja-mãe da diocese da cidade. É a primeira das quatro maiores basílicas papais, a mais antiga e importante basílica do Ocidente. Sua construção começou no Século IV e foi consagrada em 324. A basílica passou por vários episódios dramáticos: o julgamento do Papa Formoso. em 896, que foi julgado depois de sua morte, tendo sido exumado (!!) e o veredito estabeleceu que ele fora indigno do pontificado, e assim seu corpo foi jogado no Rio Tibre. E neste mesmo ano, um terremoto causou desabamento da nave central, danificando a igreja, sendo necessária sua reconstrução. Os vestígios do edifício original são identificados nas Muralhas Aurelianas do lado de fora da Porta San Giovanni, e uma grande parede pintada atrás da Capela Lancellotti. Na Alta Idade Média, foi construída uma segunda basílica (Séc X), mas que foi incendiada em 1308.  A igreja foi reconstruída pelo Papa Urbano V em 1360, mantendo sua forma original, mas depois de passar por novos terremotos e incêndios, no final do Século XVI, o Papa Sisto V mandou demolir e reconstrui-la a partir do zero pelo arquiteto Domenico Fontana. O prédio atual, já é a quarta construção, da Era Barroca, depois que o Papa Inocêncio X fez uma reforma radical, confiando a obra a Borromini; as obras continuaram até o pontificado de Clemente XII, quando a fachada principal, projetada por Alessandro Galilei, foi finalmente construída e concluída em 1734, removendo os vestígios do traçado tradicional da antiga basílica. Da basílica medieval, apenas o piso cosmatesco (mosaicos feitos em mármore), cibório e o mosaico da abside permanecem visíveis. No interior da Basílica, existem 12 esculturas monumentais dos Apóstolos. A porta principal da basílica vem da Cúria Júlia, a antiga sede do Senado Romano (localizado no final do lado menor do Foro Romano). Nesta Basílica está uma das quatro portas santas que somente são abertas durante o Jubileu da Igreja Católica.


Basílica di San Giovanni in Luterano
Interior da Basílica di San Giovanni in Luterano

A entrada para a catedral é gratuita, e ela funciona todos os dias das 07h, às 18h30. Além da Catedral, pode-se conhecer o Museu, o Claustro, o Batistério, o Palácio Luterano, a Escada Santa e as Escavações (requer agendamento no accoglienza.musei@scv.va   com pelo menos 72h antes da data desejada. com guia)


Nós chegamos na Basílica às 9h30, depois de passar pela revista, pudemos passar pela Porta Santa sem filas. A igreja é muito bonita, e impressiona pelos detalhes, desde o piso até o teto, e as esculturas dos apóstolos ficam na nave principal da igreja. Embaixo do altar tem uma estátua de São João, onde as pessoas atiram moedas. 


Próxima a Basílica é possível conhecer a Escada Santa (Pontificio Santuario della Scala Santa). É dito pela tradição que Helena, mãe de Constantino, o Grande, converteu-se ao cristianismo e foi responsável pela conversão do filho, e que ela trouxe para Roma a escadaria do Pretório de Jerusalém, onde Pôncio Pilatos julgou Jesus. E desde então a escada é considerada pelos devotos um Santuário por excelência da Paixão de Cristo. No topo da escadaria fica a Capela Sancta Sanctorum, com algumas relíquias cristãs. A visita também é gratuita e ela funciona todos os dias, de Segunda a Sábado das 06h às 14h e das 15h às 18h30 (19h de Abril a Outubro), e nos Domingos e feriados começa apenas às 7h. 


Scala Santa em Roma
Scala Santa em Roma

Nossa visita à Escada Santa foi rápida, pois ali não é permitido filmar ou tirar fotos e você apenas pode subir a escada de joelhos. O mármore da escadaria é protegido por tábuas, e chega estar liso de tanto desgaste pelos devotos. E confesso que só agora lendo para escrever o post que soube que poderia ter subido para a Capela pela escada lateral mas ao custo de €3,5/adulto (€3 para crianças entre 6 e 18 anos, estudantes com carteira universitária, maiores de 65 anos ou grupos de mais de 20 pessoas com reserva feita pelo email scalasantaroma@gmail.com).


Como estava chovendo, e nossas pernas já estavam cansadas depois de tantos dias caminhando, optamos em pegar um ônibus (714/792) até a Termas de Caracalla.


Circo Massimo
Circo Massimo, no caminho entre a Basílica e o ponto de ônibus

As Terme di Caracalla são um dos mais grandiosos exemplos de termas imperiais em Roma ainda preservadas e livres de construções modernas. Elas foram construídas entre 212 e 216 d.C. em uma área adjacente à Via Ápia. Estes banhos públicos foram os mais impressionantes do Império Romano até a inauguração das Termas de Diocleciano. Elas serviam aos moradores das regiões I, II e XII. Para abastecer as termas com água, em 212 foi criado um ramal da Aqua Marcia, que cruzava a Via Ápia e ia até o Arco de Druso.  Em 537 as termas deixaram de funcionar e o local foi abandonado e reutilizado várias vezes, inclusive para fins residenciais, e mesmo como vinhedo, e suas ruínas foram usadas como pedreiras para a Catedral de Pisa e a Basílica de Santa Maria em Trastevere. Muitas das obras que ali existiam entraram para a coleção Farnese e podem ser visitadas no Museu Arqueológico Nacional de Nápoles, inclusive uma das colunas de granito foram deslocadas para a Piazza Santa Trinita, em Florença, e nomeada como Coluna da Justiça. Desde 1937, a parte central das termas tem sido usada para concertos ao ar livre e apresentações teatrais. Em 1960, as Termas sediaram as competições de ginástica durante as Olimpíadas de Roma. Depois de 1800 anos, em 2024 a água voltou a fluir no local, no novo espelho d'água colocado na entrada do monumento.  As Termas funcionam de Terça a Domingo, abrindo às 9h e o horário de fechamento varia entre 16h30 (outubro a fevereiro) e 19h15 (março a agosto) (sugiro ver o horário para a época de sua visita, pois em dias de evento o horário de abertura é alterado). O ingresso custa a partir de €8/adulto (€2 entre 18 e 25 anos, e gratuito para menores de 18 anos).


Terme di Caracalla, Roma
Terme di Caracalla, Roma

Nós chegamos às Termas de Caracalla às 11h debaixo de uma chuva fina (e com dois guarda-chuvas que compramos em frente à Basílica) e compramos nossos ingressos na hora, sem filas. O local é enorme, e diferente de outros pontos de atração de Roma, possui placas explicativas, que permite conhecer o local e sua história, mesmo sem guia. Nos jardins, em alguns pontos eles reuniram achados arqueológicos que sobreviveram ao desmonte, como pedaços das paredes com os mosaicos. O novo espelho de água funciona em intervalos regulares e neste dia frio proporcionou uma névoa que deixou o lugar pitoresco.


Terme di Caracalla, Roma
Entrada das Termas de Caracalla

Terme di Caracalla, Roma
Placa explicando a origem das pedras que pavimentam as Termas de Caracalla

Terme di Caracalla, Roma
O espelho d'água das Termas de Caracalla e o exterior do prédio

Terme di Caracalla, Roma
Interior das Termas de Caracalla

A parte central das Termas, onde estão os prédios, é interessante conhecer e imaginar a vida ali quando tudo era novo. 


Terme di Caracalla, Roma
Terme di Caracalla, Roma

Terme di Caracalla, Roma
Mais fotos do interior das Termas de Caracalla

Conseguimos visitar também a Domus di Vigna Guidi, uma construção da época da Roma Adriana, com afrescos desta época que foram restaurados recentemente.


Terme di Caracalla, Roma
Domus di Vigna Guidi

Saímos dali e pegamos um ônibus até Trastevere. Onde paramos para almoçar no Rione 13 Ristorante (Via Roma Libera, 19), mesmo sem reserva. Nós pedimos Chicken wok (€15) e Gnocchi (€15) e estava tudo muito gostoso. Gastamos €106 entre pratos, bebidas e coperto.

Rione 13 Ristorante, Trastevere
Rione 13 Ristorante, Trastevere

Trastevere ("além do Tibre") é um bairro localizada na margem direita do Rio Tibre, ao Sul do Vaticano. Na Idade Média, Trastevere tinha ruas estreitas, sinuosas e irregulares, e mesmo com demolições, a região permaneceu um labirinto de vielas. A água só chegou ali em 1612 com a construção do aqueduto Acqua Paola. A região é lotada de Igrejas históricas, palácios, vilas e monumentos.


Trastevere, Roma
Trastevere, Roma

Depois do almoço, subimos a colina para conhecer a Fontana dell'Acqua Paola (Via Garibaldi), uma fonte monumental localizada na colina Janículo, sendo um projeto de Giovanni Fontana e Flaminio Ponzio como ponto terminal do aqueduto de Trajano, de 1614. Originalmente a fonte tinha cinco bacias correspondentes aos arcos, mas em 1690 ela foi reformada e ganhou uma grade bacia semicircular. É dito que ela foi inspiração para a Fontana di Trevi e te digo, elas se parecem bastante. 


Fontana dell'Acqua Paola
Fontana dell'Acqua Paola

Do outro lado da rua, é possível ver Roma do alto da Colina.


Fontana dell'Acqua Paola
Alguns pontos turísticos vistos da Fontana dell'Acqua Paola (com zoom, ok?)

Para descer a colina optamos em esperar o "grande" pequeno ônibus, que demorou horrores e não seguiu o calendário previsto no app Citymapper (coisas da Itália rs).


Chegamos na Basílica di Santa Maria in Trastevere, a igreja mais importante de Trastevere, localizada na Piazza di Santa Maria in Trastevere. Ela foi fundada pelo Papa Calisto I, e sua construção começou no Século IV e ela passou por várias reformas e modificações. Ela funciona diariamente, das 07h30 às 20h.


Basílica di Santa Maria in Trastevere
Fachada da Basílica di Santa Maria in Trastevere.

Basílica di Santa Maria in Trastevere
Interior da Basílica di Santa Maria in Trastevere.

Saindo da Igreja, fomos caminhando pelas ruas e resolvemos comer Tiramisú no Tiramisú Merisù (Via di S. Francesco a Ripa, 29), e pedimos um tradicional (€5) e um de Pistache (€6). Estavam bem gostosos.


Tiramisu em Trastevere
Tiramisu "normal" e de Pistache em Trastevere

Finalmente chegamos na Chiesa di San Francesco a Ripa (Piazza di S. Francesco d'Assisi, 88),  que tem esse nome devido à proximidade do extinto porto de Ripa Grande, que dominava o Rio Tibre até o Século XIX. A igreja, cuja construção começou no Século XIII, fica no mesmo local onde funcionava um antigo hospital e hospício para o cuidado dos pobres construído no Século X, que dependia do mosteiro beneditino vizinho, onde Francisco de Assis encontrou alojamento entre 1209 e 1223. Sua fachada é modesta em estilo barroco. Nesta igreja é possível conhecer a escultura Beata Ludovica Albertoni feita por Bernini. A igreja funciona todos os dias, das 7h30 às 12h e das 16h30 às 19h30 e a visita é gratuita.


Chiesa di San Francesco a Ripa
Fachada da Chiesa di San Francesco a Ripa

Chiesa di San Francesco a Ripa
Interior da Chiesa di San Francesco a Ripa

Chiesa di San Francesco a Ripa
Altares da Chiesa di San Francesco a Ripa

Chiesa di San Francesco a Ripa
Beata Ludovica Albertoni feita por Bernini

Saindo de Trastevere fomos caminhando para a estação de metrô Piramide (linha B), passando pela Porta São Paulo, uma das portas meridionais da Muralha Aureliana e tem aspecto de um castelo com duas torres, e pela curiosa  Pirâmide de Céstio, cuja construção é de 12 a.C. para servir de túmulo para Caio Céstio Epulão. 


Porta São Paulo, Roma
Porta São Paulo, Roma

Pirâmide de Céstio, Roma
Pirâmide de Céstio, Roma

Estação de Metrô Pirâmide, em Roma
Estação de Metrô Pirâmide, em Roma

Finalmente voltamos para a região do Termini, onde optamos em comer no Restaurante Amodei (Via Principe Amedeo, 7B) novamente, do lado do Hotel Gênova onde ficamos hospedados. Gastamos €75,50 em nosso jantar.


Restarante Amodei
Nossos pratos no Restarante Amodei

Os demais dias desta viagem podem ser lidos nos próximos posts, a medida que eu conseguir publicá-los. No post "índice" do Roteiro vou deixar todos linkados para facilitar a buscar, caso tenha interesse. Até logo.

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