Conte Sua Viagem - Mendoza - by Bruno Rodrigues

Bruno Rodrigues é um colega de trabalho que acabou de voltar de uma viagem para a Argentina, onde explorou as bodegas de Mendoza e os arredores desta cidade argentina. Como é muita informação, vou dividir o seu relato em duas partes, na de hoje ele vai contar sobre a sua experiência na cidade e dicas para a sua viagem, e na da próxima quarta, dicas sobre as Bodegas de Mendoza. Espero que vocês aproveitem as dicas do Bruno e tenham uma ótima viagem.

Mendoza, Argentina
A cidade de Mendoza, Argentina. Fonte: IHA
"A Argentina é um dos melhores destinos para se fazer um tour de Vinhos na América Latina, juntamente com o Chile. Mendoza se destaca por concentrar 70% da produção de vinhos do país, distribuídos em mais de mil bodegas e com um ótimo custo/benefício. A região ainda é a maior produtora de vinhos da cepa Malbec do mundo. Fizemos uma viagem de férias para lá no carnaval de 2017 e vou contar em poucas linhas o que vimos.


Como chegar a Mendoza


Avião até Mendoza:

Não existem voos diretos parar Mendoza partindo do Brasil, então as opções são voos com conexão em Cordoba ou Buenos Aires (Argentina) ou Santiago (Chile). Os preços que observamos variavam entre R$ 1.200,00 (2 conexões e mais de 24h de viagem) a R$ 2.500,00 (1 conexão rápida).

Avião até Santiago: como Mendoza fica a apenas 350km da capital chilena, e voos diretos do Brasil para Santiago são relativamente baratos (é possível encontrar promoções de até R$600,00 ida e volta com as taxas), muitas pessoas optam por esta combinação.


O trajeto entre Mendoza a Santiago pode ser feito de três maneiras:
  1. Voo em uma cia aérea local, que pode ser mais econômico que um voo do Brasil para Mendoza, porém a combinação de 2 companhias aéreas pode ser problemática, pois caso um dos voos atrase, e a pessoa perca o voo seguinte, não haverá reembolso do trecho perdido. 
  2. Ônibus: são 6 a 8h de viagem a um custo de R$ 100,00 por trecho em ônibus semi-leito com uma vista incrível da cordilheira. Nós utilizamos esta opção, e na ida optamos pelo trajeto diurno, para aproveitar a paisagem (saída de Santiago às 09:30 e chegada prevista em Mendoza às 16:30). A dica é escolher os lugares da frente no piso superior, que propiciam uma vista privilegiada e sem obstruções. Na volta, fizemos o trajeto noturno (saída de Mendoza às 22:00 e chegada em Santiago às 07:00). Existem várias empresas que fazem este percurso, como a Andesmar, Cata, El Rapido e Ahumada. No site Bus Bud é possível fazer uma cotação de todas as linhas disponíveis.
  3. Alugar um carro: mesmo tempo de viagem de ônibus. Para atravessa a fronteira com um carro alugado é necessário solicitar um permisso de entrada na Argentina à locadora, que custa US $150.00 (quase R$ 500,00) e deve ser requerido com 7 dias de antecedência. Este é o preço praticado na Chilean Rent a Car e na Localiza em Santiago. Os custos de locação são bastante salgados em função do imposto IVA (19% no Chile). Tanto de ônibus quanto de carro é necessário enfrentar uma fila chatinha na aduana, que inclui revista de bagagens e um controle minucioso de alimentos de origem animal e vegetal. Portanto, melhor se alimentar bem e evitar levar “lanchinhos”, pois os mesmos terão de ser descartados.
 
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Onde se hospedar em Mendoza:

Existem muitos hotéis na cidade, principalmente na região mais movimentada do centro (Rua Aristides Villanueva), facilitando a locomoção a pé pela cidade e suas praças. Mendoza não possui Uber e não testamos o sistema de transporte público. Alugamos um carro durante todo o período, haja visto que os deslocamentos entre as bodegas são grandes.

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O que fazer em Mendoza:


Para comprar pesos em Mendoza na rodoviária não há casas de câmbio, porém as empresas de ônibus possuem um câmbio paralelo com uma cotação péssima (R$1,00 para $4,00 ARS). Na cidade, a principal casa de câmbio oficial é a Maguitur, e a cotação estava R$ 1,00 para $5,00 ARS. Vimos diversos cambistas na rua oferecendo cotações de $5,10 a $5,30 ARS, mas resolvemos não arriscar, pelo histórico de dinheiro falso que a Argentina possui. Inclusive, a troca de moeda em casas de câmbio oficiais é bem burocrática, necessitando a apresentação de identidade (ou passaporte) e assinatura de 2 documentos. Recomendamos levar uma doleira, pois a nota mais comum é a de $ 100 ARS, portanto R$ 2.000,00 viram 100 notas. O saque em caixas eletrônicos (função débito) também é uma opção, porém é cobrado 6,38% de IOF além das taxas do banco local (em média $ 100 ARS por saque).


Um pouco sobre Mendoza

A cidade, com mais de 100 mil habitantes, possui uma boa estrutura de lazer, repleta de bares, restaurantes e cassinos. Sendo assim, quem procura vida noturna não irá se decepcionar. Também é farta de praças, algumas com as famosas fontes de vinho (na verdade é uma água colorida de vermelho que dá um visual bacana).

Plaza Independencia, Mendoza, Argentina
Fonte de "vinho" na Plaza Independência, Mendoza. Fevereiro/2017. Créditos: Bruno Rodrigues

A maioria dos bares e restaurantes se concentra na Avenida Aristides Villanueva (Centro), um local que sofre de todos os problemas inerentes a regiões turísticas: mal atendimento, preços altos e lugares lotados. Vale a pena pesquisar lugares mais tranquilos e com atendimento melhor. Uma dica é o Bistro El Faro (Fica na cobertura de um hotel na Avenida Republica de Espana 948). Cada prato custa em média R$ 40,00 e a vista da cordilheira é incrível, compensa chegar antes do pôr do sol.

O prato típico da região é o bife de chorizo (contrafilé), e na Argentina os pontos da carne são classificados em 3 categorias: jugoso (apenas selado), a punto (ao ponto) e cocida (bem passado).

Para comprar vinhos verificamos que as lojas especializadas possuem preços melhores que as bodegas, e os supermercados possuem apenas os vinhos mais simples, que podem ser encontrados no Brasil.

A loja Sol & Viño (Avenida Sarmiento, 664) possui bons preços e tem a vantagem de acondicionar os vinhos protegidos com isopor em em caixas de papelão para transporte. Viajamos para Mendoza na época da Vendímia (uma festa local que ocorre no final da colheita das uvas), e conseguimos ver os desfiles de carros alegóricos e danças típicas da região.

Vendimia,  Mendoza, Argentina
Acompanhando as comemorações, em Mendoza. Fevereiro/2017. Créditos: Bruno Rodrigues

Como focamos nossa viagem nas bodegas e nos arredores, não exploramos tanto a cidade em si.

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O que fazer nos arredores de Mendoza

Mendoza está localizada em um vale com paisagens exuberantes. A proximidade com a cordilheira propicia um relevo incrível e convidativo para explorar. Existem dois caminhos para se explorar a região da cordilheira:
  1. Seguindo ao sul pela RN7 em direção à fronteira com o Chile. Nesta rota, a primeira atração é a Represa Potrerillos (50km), que possui um balneário. A vista do lago é muito bonita, e em período de neve a cordilheira contrasta com a água de cor azulada. Seguindo na rota por mais 50km, o povoado de Uspallata é uma boa opção de parada para almoço. O restaurante El Rancho possui preços convidativos e pratos típicos da região, como o bife de chorizo. De Uspallata até a fronteira com o Chile existem diversos pontos para se visitar, mas todos na beira da rodovia, portanto é preciso ter cuidado pois o tráfego é intenso. São eles: Los Penitentes (uma estação de esqui), Puente del Inca (uma formação rochosa natural em forma de arco acima do Rio Vacas), e o Parque Provincial Aconcágua, de onde pode-se ter uma vista privilegiada da montanha. Para escalada é necessário um registro prévio no site do Parque, mas para visita basta comprar o ingresso no próprio local, a um custo de $ 20 ARS por pessoa.
  2. Seguindo ao norte pela RN52, a estrada é pavimentada até a entrada da Reserva Natural Villavicencio, que abriga o Hotel Termas de mesmo nome. Este hotel está hoje desativado, mas é aberto para visitação a um custo de $ 160 ARS por pessoa. Não visitamos, preferimos seguir a RN52 pelo trecho de terra até Uspallata. São 55km de curvas e subidas, e como fizemos no final do verão não havia neve. O mais indicado é fazer este trajeto com um veículo 4x4, pois algumas subidas são bastante íngremes. No ponto mais alto (3.200m de altitude) é possível ter uma vista privilegiada do Monte Aconcágua. Segue abaixo uma foto da estrada."


Um trecho da RN52 (que liga Mendoza a Uspallata) que o Bruno fez. Março/2017.


Semana que vem trago as dicas do Bruno sobre as Bodegas de Mendoza.

Vai para Mendoza? Já foi? Conta para nós a sua dica nos comentários. Ou mesmo a sua dúvida, quem sabe a gente não pode ajudar?

Se você tem uma história de viagem, com dicas do que ver e fazer, na deixa de escrever seu relato para a gente publicar, claro com os devidos créditos, para contesuaviagem@eaiferias.com. Até logo.


Vale dizer também que a Josiane do blog Uma Turista nas Nuvens foi para Mendoza e fez um post com dicas para seu roteiro de 2 dias na cidade.

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