Estrada Real - Caminho Novo - Paraíba do Sul a Juiz de Fora

Continuando nosso roteiro pelo Caminho Novo da Estrada Real, saímos de Paraíba do Sul rumo a Juiz de Fora (MG).

O trajeto foi planejado para percorremos na tarde de sexta-feira. E compreende os seguintes trechos da Estrada Real:
Nós na Estrada Real, observando a Pedra de Paraibuna. Março/2016.
Eu havia planejado percorrer os 68km em 3h para fazer com calma, mas as condições do primeiro trecho não estavam tão amigáveis assim... e tivemos que repensar nosso trajeto depois de Simão Pereira... mas peraí! Vamos do início:



Trecho Paraíba do Sul - Monte Serrat

Saímos de Paraíba do Sul por volta das 14h da sexta. Seguindo o trecho da Estrada Real até Monte Serrat, distrito de Comendador Levy Gasparian, ainda no Rio de Janeiro.

Saindo de Paraíba do Sul, passando pelo portal da cidade, Março/2016.

Esse trecho começa no portal da cidade, dali você vai cruzar a Rodovia para chegar no bairro do Limoeiro, passando pelo Marco 1804.

Marco 1804 à esquerda, chegando no bairro do Limoeiro. Março/2016.
A rua é asfaltada, mas com pouca manutenção e mato alto no acostamento. Depois passa para estrada de terra, apertada e com muitos buracos pelo caminho. Passando inclusive pelo Hotel Fazenda Recanto Sarandy.

Estrada de terra com algumas poucas poças de água e barro. Março/2016.
Mais a frente o trecho ficou pior, com trechos de asfalto que parecem ter sido arrancados por chuva e sacos de areia para contenção em vários pontos da estrada, pequenas valas, algum cascalho na estrada e mato alto. E por causa do mato alto, muitos marcos estavam escondidos e alguns passaram batido pela gente...

As chuvas detonaram o trecho, deixando muito buraco para trás... Março/2016.
Marco 1798, pelo menos achamos que é, pois o mato estava muito alto para chegar até ele. Março/2016.

Após do marco 1795 vem uma pequena ponte de madeira. Depois desse marco a situação ficou pior, na altura da Fazenda Andorinhas, com muita lama, que mesmo com pneu mud demos umas escorregadas. Também há muitos mata-burros na estrada.

Marco 1795, à direita do lado do poste. Março/2016.

No marco 1793 a mata fechou e continuamos nosso caminho com muita cautela, pois só há espaço para um carro e se viesse outro na contra-mão teríamos que pensar o caminho. Carro 4x2 até passaria por ali, mas ganharia alguns arranhões e estalos novos rs.

Marco 1793, à direita, indicando que devemos seguir à direita... Março/2016.
Mata fechou, lama e muito barro pelo caminho... Março/2016.
Depois de muita lama, foi hora de pegar terreno mais pedregoso, perto da Pedra de Paraibuna, com muitos galhos no caminho e erosão, que foi necessário Cleber ir de "zequinha" (pesssoa que guia o carro pelo lado de fora) algumas vezes.

Com a Pedra do Paraibuna à esquerda, com muito cascalho e valas pelo caminho. Março/2016.
Quando vencemos o trecho de apenas 20,50km, depois de 1:30h, chegando na RJ-151,o visual foi lindo. De cara com a Pedra da Paraibuna e a Usina Hidroelétrica Bonfante no Rio Paraibuna. Estávamos do lado fluminense observando o lado mineiro do rio.

Chegando na RJ-151, entre a Pedra de Paraibuna e o Rio Paraibuna. Março/2016.

Acredito que em dias de chuva ou após as chuvas a situação do trecho fique pior ainda, pois há muito barranco que pode cair deixando o caminho intransitável. Então é bom verificar antes a situação do caminho com moradores.

O mais engraçado é ler na página do Instituto Estrada Real sobre este trecho: "Trecho todo feito em estrada de terra em bom estado de conservação, larga, plana e com pequenas subidas e descidas." Como não foi isso que encontramos, pois estava com vários trechos desbarrancados e estreita, ficamos com medo da estrada que eles denominariam que estaria em piores condições...


Monte Serrat (Comendador Levy Gasparian)

Comendador Levy Gasparian faz divisa com Minas Gerais e é atraente tantos para os aventureiros quanto para os que querem descansar nos hoteis-fazenda e pousadas da região. Como atração turística, a cidade oferece:
  1.  as corredeiras do Rio Paraibuna, com 6km de extensão que pode ser feita com empresas de turismo da região;
  2. a Pedra do Paraibuna, às margens do Rio Paraibuna;
  3.  único Museu Rodoviário do Brasil, instalado na Estação de Paraibuna, que foi construída em 1856 para a troca das mulas durante as diligências. O Museu contem detalhes da história da Estrada União e Indústria e do rodoviarismo brasileiro, contendo relíquias como a carruagem que transportava Dom Pedro II;
  4. Igreja Nossa Senhora de Monte Serrat, inaugurada em 1869 por Dom Pedro II.
Museu Rodoviário à esquerda. Março/2016.

Usina Hidroelétrica de Bonfante, no Rio Paraibuna, que separa Rio de Janeiro de Minas Gerais. Março/2016.

O distrito de Monte Serrat, antes conhecida como Arraial de Paraibuna, criado em 1884, pertencia a Paraíba do Sul, mas em 1938 foi anexado a Entre-Rios (antigo nome de Três Rios),  sendo então extinto e integrado ao distrito de Afonso Arinos em 1943. O município de Levy Gasparian foi criado apenas em 1991, anexando Afonso Arinos em seu território. O povoado de Serraria é quem deu origem ao centro deste município.

Na nossa passagem pela cidade, mal paramos para apreciar a pequena cidade, passamos pelo Museu Rodoviário que vimos que está fechado e segundo consta para reformas, apesar de não haver qualquer sinal de obras por ali... Mais uma atração da Estrada Real fechada no mesmo dia... =(



Trecho Monte Serrat - Simão Pereira - Matias Barbosa

 O trecho se inicia após cruzarmos a ponte sobre o Rio Paraibuna, saindo de Monte Serrat, no Rio de Janeiro e chegando em Simão Pereira, em Minas Gerais.

Deixando o Rio de Janeiro para trás... Março/2016.

Assim que se cruza a ponte, dar-se de cara com o Casarão do Registro na altura do marco 1786, onde funcionava o posto de fiscalização da Coroa Portuguesa. O local infelizmente encontra-se em ruínas...

Casarão do Registro, em Simão Pereira (MG). Era aqui que era feita a fiscalização pela Coroa Portuguesa... Março/2016.

Para quem gosta de visitar pontos turísticos "exóticos", no marco 1785, altura do Saracuruna Esporte Clube, pega-se uma trilha que leva até o Cemitério dos Barões, ou da Rocinha Negra, do século XIX.

A estrada até Simão Pereira é boa, mas preferimos desviar da Estrada Real e ir pela BR-040 até Matias Barbosa para ganharmos tempo, já que havíamos ficado muito tempo presos no trecho anterior e o sol estava perto de se por e a Laura já estava impaciente de ficar tanto tempo no carro. No centro de Matias Barbosa pegamos novamente a Estrada Real.



Matias Barbosa (MG)

Em Matias Barbosa, pode-se carimbar o passaporte em três locais diferentes:

  1. Cabana Matiense - Pousada e Restaurante, na Estrada União Indústria, n. 482;
  2. Restaurante Beira Rio, na Rua José Procópio Teixeira, n. 166;
  3. Associação dos Artesãos de Matias Barbosa - Caminho Novo, na Praça da Bandeira.

Nós optamos em carimbar na Cabana Matiense, pois assim já faríamos um lanche.

Parada para carimbar o passaporte em Matias Barbosa (MG). Março/2016.
Passaportes prontos para o oitavo carimbo. Março/2016.

Como atração turística, na cidade é possível encontrar vestígios da Estrada Real, como os túneis que os viajantes usavam como esconderijo caso houvesse ataques de índios. Esses túneis estão debaixo da Capela do Rosário e pode ser visitadas (segundo o Instituto Estrada Real, fica aberto de segunda a sexta, mas nos finais de semana deve-se procurar o Sr Carlos Alberto, mais conhecido como Minhoca). Além disso é possível comprar artesanato local na Associação de Artesanato.



Trecho Matias Barbosa - Juiz de Fora (MG)


Como já estava começando a ficar escuro, com sol baixo, e a gente estava cansado, preferimos não continuar pela Estrada Real novamente, pois ela ainda passaria por Caetés e optamos em seguir direto para Juiz de Fora pela Estrada União Indústria, que está bem sinalizada e com ótimo asfalto. O curioso foi passar pela Usina Marmelos Zero, que foi a primeira hidroelétrica da América do Sul, no trajeto.

Em Juiz de Fora, pode-se carimbar o passaporte em dois locais diferentes:

  1. Victory Suites, na Rua Chanceler Oswaldo Aranha, 20, São Mateus.
  2. Pousada Solar dos Vieiras, na BR-040 km 491,5, Sítio Pôr-do-Sol, São Pedro.

Na Estrada União Indústria, a caminho de Juiz de Fora, esperando o trem passar. Mar


Chegamos em Juiz de Fora pouco depois das 18:00h, indo direto para o Hotel descansar.


Resumindo...

Fizemos esse trecho em 4h, com os desvios, somado ao tempo gasto com o trecho Itaipava-Paraíba do Sul, feito pela manhã, com umas 2h de estrada, gastamos umas 6h na Estrada Real, de Itaipava até Juiz de Fora, sem contar com paradas para visitação e refeições. Nosso trecho total desse dia, pode ser visualizado e baixado aqui.

Trecho da Estrada Real em Azul, e nosso desvio está marcado em vermelho. Arte sobre Google Maps
Foi muito bom fazer o trecho, pois nos ensinou a repensar estratégias caso o caminho não esteja tão tranquilo quanto esperado. Assim tínhamos que tomar decisões de última hora, mas que funcionaram bem ao final. Jade se comportou bem ao longo do caminho, seguindo as planilhas junto com o pai, e Laura distraiu-se com os rabiscos que fazia no caderno e no vidro do carro, além do Hi-5 chato pacas no DVD, mas ao final já estava exausta, como todos nós. Ainda bem que já tínhamos reserva e era só tomar banho, jantar e descansar!! Afinal, o dia seguinte seria da continuação da Estrada Real até Barbacena.

Vou editar o vídeo com as imagens e assim que ficar pronto, subo o arquivo no nosso canal do Youtube, atualizo o post e coloco na página do Facebook divulgando-o.


Update (20/07/2016): Inclusão de mais um ponto de carimbo, conforme indicado na planilha do IER.

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