Finalmente!! Diamantina!! Ponto final de nossa empreitada pelo Caminho dos Diamantes da Estrada Real, o ponto mais longe desde nossa casa, uma das cidades históricas mais famosas de Minas Gerais. Mas o que tem para fazer em Diamantina? Vale a pena encarar a Estrada (de terra ou asfalto) para chegar até lá?
Rua Direita, Diamantina, Minas Gerais. Agosto/2016 |
Quer saber tudo sobre Diamantina? Então vem com a gente que lhe conto.
Um pouco sobre Diamantina
A bela região de Diamantina, encrustada na Serra dos Cristais banhado pelo Rio Jequitinhonha, era ocupada pelos índios "macro-jê", e no Século XVI chegaram os primeiros colonizadores portugueses. O Arraial do Tejuco foi fundado em 1713 com a construção de uma pequena capela que homenageava Santo Antônio, sendo distrito de Serro Frio (hoje Serro). A cidade teve grande interesse quando descobriram diamantes em 1729 e já no final do Século XVIII o Arraial do Tejuco era a terceira maior povoação da Capitania Geral da Minas, apenas atrás da capital Vila Rica (hoje Ouro Preto) e de São João Del Rey. Apenas em 1831 o Arraial emancipou-se de Serro, passando a se chamar Diamantina, em homenagem aos diamantes encontrados ali.
A cidade ficou famosa por causa de Chica da Silva, a escrava alforriada que era esposa do homem mais rico do Brasil no Período Colonial: João Fernandes de Oliveira.
Em 1938, Diamantina recebeu o título de "patrimônio histórico nacional" do IPHAN e em 1999 foi elevada à categoria de "patrimônio da humanidade" pela ONU. Hoje, Diamantina tem quase 48 mil habitantes.
Quer conhecer Diamantina colonial? Leia o livro Minha vida de menina, de Helena Morley, que se passa na cidade, tendo sido escrito em 1942, contado o cotidiano de adolescentes em Diamantina entre 1893 e 1895.
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O que tem para fazer em Diamantina?
Diamantina por ser uma cidade histórica tem várias atrações voltadas para o período do Brasil Colônia, mas também é destino para aqueles que amam o ecoturismo e o turismo de aventura, pois a região é linda e vale a pena ser explorada.
Bora conhecer as atrações de Diamantina?
- Parque Estadual do Biribiri, a 13 km de Diamantina (estrada de terra), criado em 1998, com uma área de 17 hectares, com duas lindas Cachoeiras (Cristais e Sentinela), dois poços (da Água Limpa e do Estudante), o Caminho dos Escravos e Trilha das Cachoeiras. Além de ter uma sede, que eram casas de trabalhadores numa fábrica de tecidos que havia ali no Século XVIII, a Vila de Biribiri é fofa e rende lindas fotos, e é tombada pelo IEPHA; ali tem 3 restaurantes para almoço e 1 local para hospedagem. Acesso gratuito. Aberto diariamente, das 9h às 18h.
Vila de Biriribi, Diamantina, Minas Gerais. Agosto/2016. - Casa da Glória, construção do Século XVIII, nomeada assim em homenagem à sua antiga dona Josefa Maria da Glória, e já pertenceu ao Estado, à Igreja (que construiu o Passadiço da Glória para ligar a Casa ao outro prédio do lado da rua), a pesquisadores alemães (que transformaram a casa no Instituto Eschwege) e hoje pertence a Universidade Federal de Minas Gerais, que ministra ali aulas de Geologia e faz pesquisas na Serra do Espinhaço
(uhuuuuuuuuuu, ops, desliga a geóloga!!). Aberto todos os dias, das 8h ás 12h e das 14h às 18h. Taxa de visitação: R$1,00Passadiço da Glória. Agosto/2016. - Casa de JK, pequeno museu montado na casa onde o ex-presidente Juscelino Kubistschek viveu sua infância. De Segunda à Sábado, das 8h às 17h, e Domingo das 8h às 13h.
- Mercado Municipal dos Tropeiros (Centro Cultural David Ribeiro), pertenceu a um tenente, que construiu um prédio para sua moradia e ao lado um rancho destinado para o comércio de tropeiros. Hoje o local onde às sextas (noite) e sábados acontece feira de artesanato e comidas típicas.
- Museu do Diamante, funciona num casarão de 1749, com acervo de peças dos Séculos XVII e XIX. Funciona de Terça a Sábado, das 10h às 17h e Domingos e feriados, das 9h às 13h.
- Museu Daniel Luiz do Nascimento, abriga uma maquete do garimpo e ferramentos usadas pelos garimpeiros, além de representações de festas da cidade. Funciona dentro da Pousada Relíquias do Tempo, com entrada gratuita.
- Museu Tipografia do Pão de Santo Antônio, inaugurado em 2015, é o único do gênero do Brasil, e funciona na antiga gráfica da Associação do Pão de Santo Antônio, abrigando 80 anos da memória da topografica e da atividade jornalística de Minas Gerais e do país. Funciona de Quarta a Domingo, das 10h às 13h e das 14h às 18h.
- Teatro Santa Izabel, construído em 1841, tendo sido restaurado em 2010.
- Casa da Chica da Silva, belo solário do Século XVIII, que foi residência de Chica da Silva e hoje abriga a sede do IPHAN.
- Antiga Casa da Intendência, construção do Século XVIII e funcionava como Sede da Intendência dos Diamantes e passou a servir como escola no Século XIX.
- Casa do Muxarabiê, erguida no Século XVIII, com sacadas de treliças, que permitem que os moradores observem o movimento da rua, sem serem vistos. Hoje funciona ali a Biblioteca Pública Antônio Torres.
Cachoeira dos Cristais. Biribiri, Diamantina. Agosto/2016. - Casarão do Fórum, construção de metade do Século XVIII.
- Antiga Estação Ferroviária de Diamantina, que pertencia a Estrada de Ferro Central do Brasil, ligando Diamantina a Corinto, Curvelo, Belo Horizonte e ao litoral, inaugurada em 1914 e que funcionou até 1970. Hoje é ocupado pelo Corpo de Bombeiros da cidade.
- Catedral Metropolitana de Santo Antônio da Sé, de 1938, fois construída em substituição à Igreja de Santo Antônio do Tijuco (construída em 1750 e demolida em 1932). Horário de visitação: Segunda a Domingo, das 8h às 18h. Missa aos domingos.
Catedral da Sé, Diamantina, Minas Gerais. Agosto/2016. - Igreja de Nossa Senhora do Amparo, de 1776 em estilo barroco-rococó.
- Igreja de Nossa Senhora das Mercês, de 1778.
- Basílica Sagrado Coração de Jesus, de estilo neogótico, construído entre 1885 e 1890.
- Igreja de São Francisco de Assis, de 1775, em estilo rococó, combinando madeira e ouro; uma das torres é aberta a visitação.
- Igreja de Nossa Senhora do Carmo, de 1784, possui altar folheado a ouro e órgão com 549 tubos, além de ter a torre nos fundos da construção.
- Igreja de Nossa Senhora do Rosário, perto do Largo do Rosário (onde está a Cruz da Gameleira, chafarizes do Século XVIII), a igreja é de 1728, com fachada simples, e altar folheado a ouro.
- Igreja de Nosso Senhor do Bonfim dos Militares, de 1771.
- Capela Nossa Senhora do Luz, concluída em 1819, e foi promessa de uma portuguesa que se salvou do grande terremoto de Lisboa em 1755.
- Gruta do Salitre, paredões e fendas de até 80m de altura, que guarda um sítio arqueológico. O agendamento da visita é obrigatório (apesar de não ter um aviso sequer na entrada!) com o Instituto Biotrópicos.
Cachoeira do Sentinela, Biribiri, Diamantina. Agosto/2016. - Cachoeiras do Distrito de Conselheiro Mata (Cachoeira das Fadas, das Andorinhas, do Triângulo, Poço das Sereias, dos Três Desejos, Telésforo, entre outras).
- Caminho dos Escravos, são quase 20km com trechos de calçamento feito por escravos no século XIX, ligando Diamantina ao Distrito de Mendanha, e que era usado para escoar os diamantes extraídos no Rio Jequitinhonha. Trilha Caminho dos Escravos no wikiloc aqui.
- Trilha verde da Maria Fumaça, que acompanha o antigo ramal ferroviário que ligava Diamantina a Corinto. Destinado a caminhantes, ciclistas e cavaleiros. Trilha Maria Fumaça no wikiloc aqui.
- Visita a garimpo, que deve ser feita com um guia, que leva o turista às margens do Rio Guinda, para "garimpar" nos moldes do Século XVIII. Agende com 38 3531 1577.
- Outros distritos de Diamantina, como Extração (curralinho), que ainda mantém o ar de interiorzão e tranquilidade.
Trajeto da Linha Verde. Fonte da Imagem: Prefeitura de Diamantina. |
Se quiser mais dicas sobre as cachoeiras de Diamantina, sugiro você ler o post de Cachoeiras de Diamantina da Liliane Inglez do blog Trilhas e Cantos.
Festas em Diamantina
Diamantina é também famosas pelas suas festas:- Carnaval, com programação para todas as idades.
- Diamantina Gourmet, que acontece em novembro, onde os restaurantes da cidade oferecem pratos ricos em sabores com receitas exclusivas para o Festival, utilizando ingredientes locais e/ou regionais.
- Folia de Reis, no distrito Inhaí, existe há 150 anos e é bem tradicional no distrito.
- Vesperatas, são concertos noturnos ao ar livre, que acontecem duas vezes por mês, entre os meses de Abril e Outubro, na Rua da Quitanda.
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Diamantina na Estrada Real
Diamantina é o ponto de chegada (ou de partida) do Caminho dos Diamantes, que liga a cidade até Ouro Preto, por onde era escoada a produção de diamantes e outros bens minerais na época do Brasil Colonial.
Quem estiver interessado nos carimbos do Passaporte devem seguir para um dos pontos de carimbo abaixo. Se você tiver começando a aventura, pode pegar seu Passaporte (para começar a saga) ou seu Certificado (para aqueles que já concluíram) nos posts com o (*), ok? Se quiser saber mais sobre o que é o Passaporte e o Certificado da Estrada Real, leia o post Projeto E aí, Ferias! na Estrada Real.
- Receptivo Minas Gerais (*), na Rua da Quitanda, 22
- Museu do Diamante, na Rua Direita, 14
- Casa JK, na Praça Lobo de Mesquita, 266
- Pico do Itambé Hostel Diamantina (*), na Rua Professora Darcília Godoy, 99
- Centro de Atendimento ao Turista, na Praça Antônio Eulálio, 53
Nossos certificados de conclusão do Caminho dos Diamantes da Estrada Real. Agosto/2016 |
Nossa experiência em Diamantina
Nós chegamos em Diamantina no Domingo a tarde, após a Vesperata. A cidade estava bem vazia, até demais para o meu gosto. Foi uma decepção logo de cara, pois o "grande hotel" que nós havíamos reservado, quando chegamos não era nada que estávamos imaginando, e um cadinho sombrio até (energia pesada, sei lá) e preferimos nem ficar ali e buscamos outro pela cidade, por telefone. Ok, ficou BEM mais caro, mas achamos que foi melhor. Depois veio a decepção, ficaríamos em Diamantina de Domingo a Quarta, quando partiríamos para Sabará, e descobrimos que na segunda tudo, mas tudo mesmo, fecha em Diamantina, inclusive restaurantes!!!!! Só encontramos um ou outro aberto. Pelo menos formos para Biribiri neste dia e foi show. Na terça ficamos pela cidade e na quarta partimos. Confesso que esperava mais, pois a cidade é tão famosa quanto Ouro Preto, mas não chega nem aos pés daquela cidade. Tem o seu charme, mas talvez os dois baques (de tudo fechado e do primeiro hotel) tenha dado uma primeira impressão ruim. No entanto confesso ainda que só a Vila de Biribiri já vale a ida até lá. Bem, não vou contar tudo neste post, né? Já tá grande demais!! Vou trazer o nosso roteiro pela cidade com a avaliação da pousada escolhida e dos lugares que visitamos nos próximos posts, não perca!!
Não deixe de ver nosso vídeo em Biribiri.
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Leia mais: Prefeitura de Diamantina, Mineiros na Estrada, Museu Tipografia,
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